Principal corrente do PT considera taxa de juros “injustificável”, mas poupa Galípolo
Favorita para seguir no comando do partido, CNB critica Selic elevada e defende expansão das parcerias público-privadas para modernizar o país
247 – A corrente majoritária do Partido dos Trabalhadores, a Construindo um Novo Brasil (CNB), classificou como “injustificável” o atual nível da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, mas evitou direcionar críticas ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. As diretrizes constam no plano de gestão da chapa que disputa a presidência nacional do partido nas eleições internas marcadas para 6 de julho, conforme revelou a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Sob o nome “Derrotar a Extrema-Direita e Avançar na Construção de um Novo Brasil”, a chapa da CNB reúne apoios em torno da candidatura do ex-ministro e atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva. A tendência é favorita para seguir no comando do PT, posição que ocupa há duas décadas.
No texto, a corrente admite as dificuldades impostas pelo cenário fiscal, mas atribui parte do problema aos juros elevados. “Dadas as limitações fiscais que ainda temos, agravadas pela injustificável taxa Selic, precisamos de mecanismos criativos”, afirma o documento. Entre as soluções propostas, está a ampliação das parcerias público-privadas (PPPs), desde que acompanhadas de marcos regulatórios robustos. “As PPPs devem ser intensificadas, com uma regulamentação sólida e transparente que evite abusos tarifários e altos valores de outorga”, propõe a CNB.
A ausência de críticas diretas a Galípolo, que assumiu recentemente a presidência do Banco Central e é próximo do governo Lula, sinaliza uma postura de cautela da corrente petista. Embora a insatisfação com a política monetária permaneça, especialmente diante da resistência do Copom em promover cortes na Selic, a CNB parece optar por preservar o interlocutor que o governo vê como mais alinhado aos seus objetivos.
A crítica à taxa de juros se soma a uma ofensiva mais ampla do PT contra o que considera entraves à retomada do crescimento, defendendo mais investimentos públicos e privados como motores para modernizar a infraestrutura e impulsionar a economia brasileira.
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