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      Galípolo diz que Brasil deve ter "estômago de crocodilo e queixo de pedra" para suportar o ciclo de altas taxas de juros

      Presidente do Banco Central afirma que política monetária está em estágio contracionista e defende cautela diante das expectativas de inflação

      Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de entrevista coletiva na sede da autarquia em Brasília 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (2) que o Brasil precisará de “estômago de crocodilo e queixo de pedra” para enfrentar o atual ciclo de juros elevados, necessário para conter a inflação. A declaração foi feita durante evento promovido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em São Paulo, e reportada pelo jornal Valor Econômico.

      Segundo Galípolo, a economia brasileira vem apresentando uma resiliência “surpreendente” diante do aperto monetário. Ele destacou que, embora o processo de desinflação ocorra de forma não linear, os efeitos da política monetária estão sendo sentidos. “Seguramente a gente migrou para um estágio de uma taxa de juros que está contracionista com alguma segurança, independentemente de qual é a taxa de juros neutra”, afirmou.

      O presidente do BC ressaltou que não há decisão tomada sobre o início de um ciclo de afrouxamento monetário e que a autoridade monetária segue comprometida com a meta de inflação. “Estamos em um estágio ainda anterior, estamos ainda discutindo o ciclo de alta e o que vamos tomar de decisão”, disse. Para ele, assumir compromissos prematuros sobre cortes pode comprometer a credibilidade da instituição. “A tentativa de criar algum tipo de atalho pode ser muito custosa se a trajetória tiver que ser revista.”

      Galípolo reforçou que a comunicação recente do Copom tem priorizado “cautela” e “flexibilidade”, destacando a dificuldade de se fazer projeções em um cenário de incertezas. Ele também apontou que o processo de desancoragem das expectativas inflacionárias no Brasil tem causas mais relacionadas a fatores internos do que a choques globais: “A predominância da dinâmica é das idiossincrasias domésticas”.

      O presidente também comentou sobre o crescimento de 1,4% do PIB no primeiro trimestre, divulgado pelo IBGE, afirmando que o debate sobre uma possível desaceleração da economia deve incluir também o papel da política fiscal. “Você está pedindo para ser preventivo a algo que ainda não aconteceu”, disse.

      Por fim, Galípolo reiterou que o Banco Central tem buscado evitar reações exageradas aos movimentos da economia: “Nos diversos anúncios, sejam aqueles vistos como estimulativos ou os que poderiam provocar aperto, tentamos reagir com mais parcimônia e não agregar mais volatilidade a esse processo”.

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