João Campos defende ‘cidadãocentrismo’ e propõe revolução na gestão pública digital
Prefeito do Recife destaca que governos devem antecipar direitos aos cidadãos e cita digitalização da vacinação como modelo de inovação
247 – Durante participação no Fórum Esfera, o prefeito do Recife, João Campos (PSD), defendeu uma mudança de paradigma na administração pública baseada no conceito de "cidadãocentrismo", isto é, colocar o cidadão no centro das ações governamentais. “O grande desafio é uma mudança de cultura. Na Prefeitura do Recife, a única pessoa que tem prazo de validade é o prefeito eleito. São quatro anos de mandato e um corpo de mais de 25 mil pessoas com estabilidade funcional. Mas é preciso ter a capacidade de inovar”, afirmou João Campos ao defender a modernização da gestão pública como resposta à rigidez estrutural do serviço público.
Como exemplo de inovação em sua gestão, Campos citou a digitalização do processo de vacinação contra a Covid-19 logo nos primeiros dias de governo. “Em 15 dias de gestão, decidi que todo cidadão no Recife se vacinaria fazendo o agendamento com dia, local e horário escolhido pelo cidadão em meio digital. Porque a vacinação contra a Covid seria o serviço público mais utilizado por uma geração”, declarou, segundo reportagem da Itatiaia.
A iniciativa impulsionou a transformação digital na prefeitura: “Conseguimos sair de uma base de dados de 8 mil cidadãos com cadastro digital para hoje mais de 1,8 milhão — toda a população cadastrada. Mais de 1,2 milhão de downloads do aplicativo oficial da Prefeitura”, relatou o prefeito.
Campos explicou que a digitalização da saúde serviu como porta de entrada para um novo modelo de governo, orientado pelos dados individuais de cada cidadão. “Conseguimos criar uma lógica de ‘cidadãocentrismo’ — colocar o cidadão no centro. O que a gente tinha de um governo a três cliques, agora tenho a zero clique. Se eu tenho a linha de vida de cada cidadão, tenho os dados e o que ele tem de direito, tenho que ofertar para ele o que ele tem de direito sem ele reivindicar”, detalhou.
Ele exemplificou esse novo modelo com o sistema de avisos automáticos sobre vacinação infantil. “Quando uma criança completa três anos de idade, sabemos quem é o pai e a mãe e mandamos uma mensagem falando que com três anos tem que tomar tais vacinas em tais unidades e pode ir em tal dia e tal horário. Isso é ter a proatividade de chegar na ponta sem a ponta saber que tem aquele direito”, explicou.
A proposta apresentada por Campos vai além da digitalização de serviços: trata-se de uma mudança cultural profunda, em que o poder público abandona o papel passivo e assume a responsabilidade de antecipar os direitos do cidadão. “É a lógica de mudança de cultura e ter a capacidade de colocar o cidadão no centro”, concluiu.
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