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Bolsonaro recusa preparação com media training antes de depor ao STF sobre trama golpista

Mesmo pressionado por aliados, ex-mandatário preferiu se reunir apenas com advogados antes de interrogatório sobre tentativa de golpe em 2022

Bolsonaro no STF - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)
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247 - Jair Bolsonaro  (PL) decidiu rejeitar qualquer preparação com técnicas de media training antes de seu aguardado depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para esta semana, no âmbito da ação sobre um suposto plano de golpe de Estado. De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, um integrante próximo da equipe de defesa afirmou que o ex-mandatário “é indomável” e confia plenamente em sua capacidade de desempenho pessoal, dispensando qualquer tipo de simulação prévia.

A técnica, amplamente utilizada por figuras públicas e acusados em casos de grande repercussão, consiste em simular, com rigor, situações de interrogatório ou entrevistas, submetendo o depoente a um intenso questionamento feito por especialistas em comunicação. O objetivo é fortalecer a postura, o discurso e a segurança diante das perguntas, orientando desde as falas até gestos e expressões corporais.

No caso de Bolsonaro, ele poderia ter sido instruído, por exemplo, a como utilizar as mãos de forma enfática, manter o contato visual com os ministros da Corte e evitar sinais de descontração, como ombros caídos, que sugerem dispersão ou fraqueza. Ainda assim, o ex-mandatário manteve-se irredutível, optando por encontros reservados apenas com seus advogados.

Ainda conforme a reportagem, Bolsonaro participou de dois encontros com seus advogados nos dias 6 e 7 de junho, no escritório do criminalista Celso Vilardi. Também estiveram presentes os advogados Paulo da Cunha Bueno e Daniel Tesser, além de integrantes das equipes jurídicas envolvidas no caso.

O depoimento do ex-mandatário será colhido no contexto das investigações que apuram sua suposta liderança em uma organização criminosa que teria articulado um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele responde ainda por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio da União e degradação de bem tombado.

Além de Bolsonaro, outras seis pessoas acusadas de participação na trama golpista serão interrogadas nesta fase do inquérito, conduzido pelo STF. Os depoimentos começam nesta segunda-feira (9), tendo como primeiro a falar o tenente-coronel Mauro Cid, delator que incriminou diretamente o ex-presidente.

Os depoentes serão ouvidos em ordem alfabética. Antes de Bolsonaro, estão previstos os depoimentos do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem, do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e do general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional.

A expectativa é que Bolsonaro preste depoimento apenas na terça-feira (10) ou quarta-feira (11). Na sequência, serão ouvidos o ex-ministro da Defesa Paulo Nogueira e o general Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

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