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      Marcia Tiburi

      Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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      Lady Gaga - entre o amor dos fãs e o ódio dos terroristas

      O ódio é patriarcal, capitalista, racista, capacitista e politicamente delirante. Ele afeta as massas, mas sempre há aproveitadores por trás das massas iludidas

      Lady Gaga faz show histórico na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (Foto: REUTERS/Tita Barros)

      Tão bonita a movimentação carnavalesca de Lady Gaga e de toda a população que gosta dela. Combina com o espírito de festa do Rio de Janeiro cujo turismo vai muito mal desde os tempos de Bolsonaro, com o espírito de arte e da alegria do Brasil democrático e também dos direitos da população LGBTQIA+, cada vez mais atacada desde a retomada do fascismo governamental de Trump. Pena que haja o ódio e que tanta gente ganhe dinheiro, poder e compensação emocional com ele. Pena que haja essas organizações criminosas digitais cooptando jovens homens mal resolvidos e desejando fazer parte de uma comunidade, sedentos de pertencimento a qualquer preço. Incrível como o patriarcado se move pela pulsão de morte e como, nele, se criam bandidos para servir ao jogo do poder. O ódio é patriarcal, capitalista e racista, capacitista e politicamente delirante. Ele afeta as massas, mas sempre há aproveitadores por trás das ações de massas encantadas e iludidas. 

      O grupo que organizou o atentado no Rio era, segundo a polícia, liderado por um homem que vivia no RS e tinha porte ilegal de armas. Um adolescente (?) que foi preso armazenava pornografia infantil, segundo se pode ler nos noticiários até o momento. Vários mandados de busca e apreensão aconteceram no Rio, SP, RS e Mato Grosso. Segundo o Ministério da Justiça, havia perfis falsos chamados “Little Monsters” simulando serem fãs de Lady Gaga. Um verdadeiro jogo de sedução e aliciamento de gente sem nenhuma noção, inclusive de que poderiam ser pegos em ação. 

      A era das fake news converge com a era dos golpes, do aliciamento e da enganação. 

      De um lado, a festa. De outro, os planos terroristas para acabar com ela. Por que essa divisão? Que polarização social é essa? A mesma de sempre: de um lado, Eros (a impulsão para a vida), o amor, a alegria; de outro, Tânatos (a impulsão da morte), o ódio e os afetos invejosos. 

      Que faremos com isso tudo? Como vamos proteger os jovens? Como vamos proteger a nós mesmos? Quantos mais não estamos vendo enquanto grupos de machistas organizados seguem trancados em seus gabinetes atraindo meninos trancafiados em seus quartos diante de computadores, abandonados e encontrando no ódio a única compensação conhecida? 

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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